quinta-feira, 6 de março de 2014

Aquela voz

Estava tudo ruim, tudo péssimo, mesmo sem ter (tanto) motivo. Minha psicóloga diria que é a infame e famosa tentativa de auto-sabotagem porque, afinal, a gente não tem o direito de ser feliz, não é mesmo? Não sei o que foi, se era tpm, fome, perturbação espiritual ou tudo isso junto e mais um pouco, eu sei que passou.

Hoje de manhã, feito mágica, no caminho do consultório da nutricionista, aquela voz na minha cabeça disse: "as coisas vão mudar, a partir de hoje vai ser diferente". Não fui eu, eu juro. Eu saberia se fosse, e não foi. Esse súbito pensamento otimista, nada típico de mim mesma, veio assim do nada na minha mente, não foi voluntário, não fui eu tentando pensar positivo, não foi mesmo, eu juro. E não sei por que essa minha necessidade de dizer que não fui eu a responsável pelo surto de otimismo. Talvez mais um indício da minha auto-estima lastimável, afinal, eu não confio em mim mesma e não seria capaz de pensar tão positivo por conta própria e sem esforço. 

Ou seria?

Não sei.

O que eu sei é que isso passou pela minha cabeça espontaneamente, eu até me assustei, mas aceitei, e meu dia foi outro: emagreci 1,3kg e diminuí 6cm de medida no abdômem em 15 dias de reeducação alimentar, trabalhei de verdade a tarde toda, todo mundo teve dúvidas de português, eu me senti útil, quase terminei de ler um livro que estava na prateleira intocado há 8 anos, fiz a lista de metas pra 2014, vim escrever. Isso porque não falei as milhares de outras coisas que passaram pela minha cabeça. Foram tantas que nem lembro quais, mas foi tudo.

Não sei o que vai mudar, não sei o que vai ser diferente, não sei se a voz otimista vai voltar, se ela vai durar, se ela falou a verdade, se vou arrumar o emprego que eu quero, se vou voltar a dar aula, se vou morar sozinha, se vou morar junto, se vou casar, se quero casar, se acredito no amor, não sei nada, nada mesmo da minha vida. Só sei que preciso dela, aquela voz.

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